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terça-feira, 5 de junho de 2012


Prisão perpétua para Hosni Mubarak
Na onda da primavera Árabe, que teve início na Tunísia, os egípcios iniciaram, em Janeiro, sua série de protestos exigindo a saída do então presidente Hosni Mubarak.
 Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em choques com as forças de segurança de Mubarak que, junto a seus filhos, é acusado de abuso do poder e de premeditar essas mortes.
Após 18 dias de levante popular, em 11 de fevereiro, o ditador cede à pressão e renuncia ao cargo, deixando Cairo; em seu lugar assumiu a Junta Militar do país.
 Mubarak deixou o poder a 14 de Fevereiro de 2011, sendo este episódio festejado por milhões de egípcios na praça Tahrir do Cairo e em dezenas de praças em outras cidades.  
O presidente deposto do Egipto, Hosni Mubarak, que durante 30 anos governou o país com mão de ferro, foi condenado a prisão perpétua por envolvimento nas mortes de 850 manifestantes durante a revolta popular que o derrubou, em fevereiro do ano passado, anunciou o Juiz principal do caso, Ahmed Rifaat.  
O ex-presidente foi levado para o local do julgamento de helicóptero desde o Centro Médico Internacional do Cairo, onde estava hospitalizado, Mubarak acompanhou o desenrolar da sessão em uma maca, sem mostrar reações. De óculos escuros, o ex-presidente de 84 anos ficou impassível até no momento da leitura de sua sentença perpétua. O veredicto livrou Mubarak da pena de morte, que havia sido o pedido original da Promotoria. Diante da corte lotada, o juiz Ahmed Rafaat celebrou o levante que tirou o ex-ditador do poder e afirmou que a revolução trouxe alívio para o povo, após trinta anos de trevas.

Também foi condenado à prisão perpétua pela mesma acusação o ex-ministro do Interior, Habib Adli, enquanto seis de seus ajudantes acabaram absolvidos por não haver provas de sua implicação, segundo o tribunal. A corte também absolveu os dois filhos de Mubarak
, Alaa e Gamal, das acusações de corrupção por considerar que esses delitos prescreveram.
Depois da sentença, uma grande confusão entre grupos a favor e contra Mubarak tomou conta do tribunal, com familiares das vítimas do regime pedindo pela execução do ex-presidente. Durante o tumulto, entre trocas de socos e empurrões, o ditador deposto e o juiz foram retirados do local.
No exterior do tribunal, o clima era de alegria e comemoração para uma multidão que aguardava o veredicto oficial. Levando fotos de filhos mortos durante a revolta, diversas mães pediam uma pena dura para o ex-presidente. Partidários de Mubarak também se concentraram no local, mas foram separados dos outros manifestantes por um cordão de isolamento feito pela polícia, que mobilizou um contingente de milhares de oficias para prevenir confrontos.
 Contudo a defesa de Hosni Mubarak recorreu da sentença de prisão perpétua aplicada ao ex-presidente do Egito, declarou um dos seus advogados. Também a Procuradoria-Geral recorreu da decisão do tribunal, que considerou demasiado branda, tendo pedido a pena de morte.
Segundo a Anistia Internacional, 840 pessoas morreram e 6.000 foram feridas no levante contra o regime de Mubarak.
O aguardado veredicto do ex-ditador acontece em plena eleição presidencial multipartidária. A disputa do segundo turno será travada nos dias 16 e 17 de junho por Mohamed Mursi, candidato da Irmandade Muçulmana, movimento ilegal durante o antigo regime, e o último primeiro-ministro de Mubarak, Ahmad Shafiq. Ex-chefe da Força aérea egípcia e vice-presidente de Anwar al-Sadat, Mubarak assumiu a liderança do país após o assassinato deste último em 1981.












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